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GRAU IV

Antes de começar a descrever esses exercícios um pouco mais difíceis do
Grau IV volto a enfatizar que o aluno não deve se precipitar em seu
desenvolvimento. Ele deve gastar o tempo que for preciso para alcançar
um sucesso absoluto em seu caminho mágico. Deve ter o domínio total de
todos os exercícios das etapas anteriores, antes de passar aos
subseqüentes.
Instrução Mágica do espírito (IV)
Transposição da Consciência para o Exterior




a) em objetos
Neste capítulo mostrarei a vocês como se transpõe a consciência para o
exterior. Devemos aprender a transpôr a nossa consciência para qualquer
objeto, animal, a ser humano. Coloque algumas coisas à sua frente,
daquelas que você usa todos os dias. Sentado na posição costumeira, fixe o
pensamento num dos objetos por algum tempo, a registre com força em
sua mente a sua cor, forma a tamanho. Então imagine-se transformado
no objeto em questão. Você deverá, por assim dizer, sentir-se, perceber-se
como o tal objeto, assimilando todas as suas características. Você deve
sentir-se como se estivesse preso naquele local em que o objeto foi
colocado, só podendo libertar-se através de uma intervenção externa.
Pense também que agora você passou a exercer, imaginariamente, as
funções daquele objeto.

Através de uma concentração intensa você deverá também observar o
ambiente em volta a partir do ponto de vista do objeto a captar a relação
deste com o objeto vizinho. Se por exemplo o objeto estiver sobre a mesa,
então você deverá tentar sentir a sua relação com esse outro objeto sobre
a mesa assim como com todos os demais que estiverem ali, a depois com o
ambiente em geral. Depois de realizar esse exercício com um dos objetos,
vá passando ao seguinte a assim por diante. O exercício estará completo
quando você conseguir ligar cada objeto escolhido com a sua própria
consciência, de modo a assumir a sua forma, seu tamanho a
características mantendo-se assim por pelo menos cinco minutos, sem
qualquer interrupção. Nesse caso o próprio corpo deve ser totalmente
esquecido. Para essa transposição concentrativa da consciência prefira
objetos maiores como flores, plantas, arbustos, árvores, a outros. A
consciência não conhece o tempo nem o espaço, portanto ela é um
princípio akáshico.

Não se assuste de modo algum com esses exercícios insólitos e nem com
eventuais fracassos iniciais; com paciência, perseverança a tenacidade
você alcançará o sucesso almejado. Só mais tarde o aprendiz entenderá o
significado dos exercícios introdutórios da magia.




b) em animais
Depois de dominada a técnica da transposição da consciência aos objetos
inanimados, passaremos aos seres vivos. Como já mencionamos
anteriormente, a consciência é isenta de tempo a de espaço, por isso,
durante o exercício com os seres vivos, o objeto escolhido não precisa
estar diretamente à nossa frente. O aluno já deve estar tão instruído a
ponto de imaginar qualquer ser vivo, mesmo que este não esteja presente.
Ele deve então transpor sua consciência à de um gato, um cão, um cavalo,
uma vaca, uma cabra, etc. Não importa o tipo de animal visado, ele
poderá ser até uma formiga, um pássaro ou um elefante; devemos
imaginá-lo primeiro numa posição de imobilidade, depois andando,
correndo, esgueirando-se, voando ou nadando, conforme o animal em
questão. O aluno deve ser capaz de transmutar sua consciência a qualquer
forma desejada a agir de acordo. Ele deverá manter essa
transposição por cinco minutos sem interrupções, caso queira dominar
esse exercício. Os iniciados que treinam durante muitos anos estão em
condições de entender qualquer animal a domina-lo conforme a sua
vontade.

Com relação a isso, podemos nos lembrar daquelas lendas de lobisomens
a outras histórias semelhantes, onde feiticeiros se transformam em
animais. Para o mago, essas lendas a histórias fantásticas possuem um
significado bem mais profundo. Nesses casos trata-se sem dúvida dos
assim chamados magos negros, que para não serem reconhecidos em seus
trabalhos perversos, assumem a forma de qualquer tipo de animal no
mundo invisível. O bom mago sempre avalia essas atitudes, a suas
capacidades espirituais permitem-lhe olhar através desses seres a
reconhecer a sua forma original verdadeira. Nossos exercícios
preparatórios não têm o propósito de levar o aluno às más ações, mas sim
prepará-lo para a alta magia, onde em certos trabalhos ele terá de
assumir formas divinas mais elevadas para as quais transporá a sua
auto-consciência. Ao atingir o ponto de conseguir assumir, com a própria
consciência, qualquer tipo de animal a permanecer nessa imaginação sem
interrupções ao longo de cinco minutos, então poderemos realizar a
mesma coisa com seres humanos.
c) em pessoas
No início devemos escolher conhecidos, parentes, amigos, pessoas das
quais nos lembramos bem, sem diferenciar os sexos ou as idades.
Devemos aprender a transpor a nossa consciência ao corpo do outro de
modo a sentir a pensar como a pessoa imaginada. Das pessoas conhecidas
podemos passar às estranhas, aquelas que nunca vimos antes, a que
portanto só podemos imaginar. Finalmente, como objeto da experiência
devemos escolher pessoas de outras raças a cores. O exercício estará
completo quando conseguirmos transpor nossa consciência a um corpo
imaginado, por no mínimo cinco minutos. Quanto mais tempo
conseguirmos mantê-lo assim, tanto melhor.

Através desse exercício o mago adquire o poder de se ligar a qualquer
pessoa; ele não só passa a conhecer os sentimentos e pensamentos da
pessoa imaginada, seu passado a seu presente, como ela pensa, sente a
age, mas também consegue influenciá-la à vontade. Porém nunca se
esqueça do ditado: "O homem colhe aquilo que semeia!" Por isso o mago
nunca usará sua influência para o mal, ou para obrigar as pessoas a
agirem contra a sua vontade.

O grande poder que ele adquire sobre as pessoas deverá ser usado só
para o bem; assim ele nunca perderá o seu dom. O mago saberá então
porque no Oriente o aluno admira tanto o seu mestre, ou guru. Através
desse sentimento de admiração pelo seu mestre o aluno liga-se
instintivamente à consciência dele, que assim passa a influenciá-lo
indiretamente, possibilitando-lhe uma evolução mais rápida a segura. É
por isso que os métodos orientais de aprendizado sempre consideram um
mestre, ou guru, como fator essencial para o desenvolvimento do aluno. O
famoso Ankhur do Tibet apoia-se no mesmo princípio, porém numa
seqüência inversa, em que o mestre se liga à consciência do aluno e assim
lhe transmite o poder e a iluminação. É o mesmo caso dos místicos, em
que a transferência é da assim chamada "pneuma".


Instrução Mágica do Alma (IV)
Represamento dos Elementos nas Diversas Partes do Corpo
Nesse capítulo ampliaremos o nosso trabalho com os elementos. Através
da respiração pelos pulmões a pelos poros nós aprendemos a assimilar
um elemento e a sentir a sua característica específica em todo o corpo.
Agora carregaremos cada uma das partes do corpo, o que pode ser feito
de duas maneiras; de qualquer forma, o mago deve dominar ambos os
métodos. O primeiro é o seguinte:
Você deve inspirar o elemento para dentro de seu corpo através da
respiração pulmonar a pelos poros a represá-lo, isto é, expirando o ar sem
a imaginação. Na inspiração, a sua imaginação sensorial deverá
acompanhar-se da característica específica do elemento: no caso do fogo o
calor, da água o frio, do ar a leveza, e da terra o peso. Deve-se começar
com sete inspirações.
Ao invés de dissolver imaginariamente o elemento represado novamente
no Universo, conduza-o à parte do corpo escolhida, comprimindo ainda
mais a característica específica do elemento a preenchendo essa parte
com ele. O elemento, comprimido com sua característica específica, deve
ser sentido com mais força na pane do corpo em questão do que no corpo
todo.



Do mesmo modo que o vapor, comprimido para se obter uma maior
pressão, a carne, os ossos e a pele dessa parte do corpo devem ficar bem
impregnados pelo elemento. Portanto, quando você sentir com muita
força a característica específica do elemento na parte do corpo carregada,
deixe-a espalhar-se por todo o corpo com ajuda da imaginação, a fluir
novamente para o Universo através da expiração, como explicamos no
Grau III. Esse exercício deve ser feito com cada um dos elementos,
alternadamente em um órgão externo a outro interno, com exceção do
cérebro a do coração. O mago não deve fazer o represamento nesses dois
órgãos, nem em .si mesmo nem nos outros, para não provocar danos.
Só um mestre muito experiente no domínio dos elementos pode fazer um
certo represamento também no coração a no cérebro, sem se prejudicar.
Ele conhece o próprio corpo a consegue dominá-lo. Qualquer órgão (entre
os quais o coração e o cérebro) é apropriado à assimilação dos elementos
com suas características específicas, porém sem o represamento. Um
iniciante deve evitar represar o coração e o cérebro com os elementos ou
com a energia vital, principalmente quando ele ainda não consegue
observar a função dos órgãos através da vidência.

Quando se faz um represamento dos elementos ou da energia vital em
todo o corpo, o cérebro e o coração também se habituam ao represamento
geral, pois a força de expansão não se concentra num só órgão, mas se
espalha pelo corpo todo. É principalmente nos pés a nas mãos que se deve
dominar a técnica do represamento dos elementos a da energia vital, pois
eles serão muito necessários na aplicação prática da magia. Nesse caso,
deve ser dada uma atenção especial aos dedos.



Outra possibilidade de esvaziamento de um elemento de uma parte do
corpo consiste em, ao invés de conduzir o elemento represado primeiro de
volta ao corpo para depois devolvê-lo ao Universo através da respiração
pelos poros, nós podemos, com a ajuda da imaginação, devolver todo o
elemento diretamente da parte em questão ao Universo, através da
expiração. Este processo é mais rápido. Naturalmente um mago deve
conhecer bem ambas as técnicas a usá-las conforme a sua vontade.
O segundo método do represamento dos elementos numa parte qualquer
do corpo consiste em transpor a consciência a essa parte deixando-a
inspirar a expirar (como a respiração pelos poros). A cada respiração o
elemento é inspirado a expirado. Ao sentir que o elemento escolhido foi
represado numa quantidade suficiente na pane do corpo visada, devemos
liberá-lo novamente através da expiração, Le., devolvê-lo ao Universo do
qual foi extraído. Esse processo é rápido a simples, mas exige uma boa
transposição de consciência. A técnica do represamento da energia vital
numa determinada parte do corpo também deve ser dominada. Depois de
nos tornarmos mestres nessa prática, podemos dar um passo adiante.
Nós já aprendemos que, segundo os elementos, o corpo humano é dividido
em quatro regiões principais. Para nos lembrarmos melhor disso,
repetiremos essas divisões: dos pés até as coxas - ou cóccix, inclusive os
órgãos genitais - é a região que corresponde à terra; a região ventral, com
todos os órgãos internos, como intestinos, baço, vesícula biliar, fígado,
estômago, até ao diafragma, corresponde ao elemento água; o tórax com
os pulmões e o coração, até ao pescoço correspondem ao elemento ar, e a
cabeça com todos os seus órgãos corresponde ao elemento fogo. O
objetivo do exercício que se segue é carregar as regiões do corpo com seus
elementos correspondentes. Na prática isso funciona da seguinte forma:
Assuma a sua posição preferida do corpo (asana). Através da respiração
pelos pulmões a pelos poros inspire o elemento terra, com sua
característica específica do peso, à região do corpo correspondente à terra
- dos pés ao cóccix, passando pelos órgãos genitais.

Você deve inspirar o elemento terra por sete vezes a expirar o ar vazio,
para que essa região seja preenchida com o elemento que a influencia.
Mantenha o elemento terra na região da terra a inspire o elemento água à
região da água, portanto o ventre, mas sem expira-lo, para que essa
região também fique preenchida com seu próprio elemento. Depois passe
para o próximo elemento, inspirando o elemento ar por sete vezes para
preencher o tórax a deixando-o em sua própria região, sem expirá-lo.
Segue-se a região da cabeça, que é preenchida também através de sete
inspirações do elemento fogo; a expiração que se segue é vazia, para que
esse elemento permaneça na região.
Assim que todas as regiões forem carregadas com seus respectivos
elementos, tente permanecer nessa condição de dois até cinco minutos, a
depois comece com a dissolução deles. Deve-se começar no lugar onde se
terminou, portanto em nosso caso começaremos com o elemento fogo da
cabeça, inspirando-se sete vezes o ar sem o elemento, a irradiando-o em
direção ao Universo a cada expiração (ao todo sete vezes). Assim que a
região da cabeça estiver livre de seu elemento passaremos à região
seguinte, a do ar, depois à da água a finalmente à da terra, até que o
corpo todo esteja livre do represamento dos elementos.

Ao conseguirmos obter uma certa prática nesse exercício, poderemos
ampliá-lo, não só preenchendo as regiões do corpo com os elementos, mas
também represando-os ali. O processo é o mesmo que já descrevemos, i.e.
começamos novamente com o elemento terra a terminamos com o
elemento fogo. O processo de dissolução é o mesmo do exercício anterior.
Esses exercícios são muito significativos, pois eles promovem o uníssono
do corpo material denso a também do corpo astral com as leis universais
dos elementos. Se por algum motivo o mago entrar em desarmonia a
praticar esses exercícios, então ele logo recuperará a harmonia perdida.
Ele sentirá a influência benéfica da harmonia universal total, não só por
algumas horas mas por vários dias. Essa harmonia promoverá nele um
sentimento de paz a de felicidade. A harmonização dos elementos no
corpo ainda oferece outras possibilidades, entre as quais citarei algumas
aqui. Mas o importante é que o aluno seja poupado das influências
prejudiciais do lado negativo dos elementos.

Assim que alcança o equilíbrio mágico, o aluno passa a se situar no ponto
central dos acontecimentos a vê todas as leis, todo o vir a ser a tudo o que
passou numa perspectiva universal, portanto verdadeira. Ele é poupado
de muitas doenças a promove um efeito compensador em seu próprio
karma, a com isso também em seu destino, tomando-se mais resistente
contra as influências desfavoráveis. Purifica suas auras mental a astral,
desperta suas capacidades mágicas, a sua intuição assume um caráter
universal. Seus sentidos astrais refinam-se, e suas capacidades intelectuais
aumentam.

Instrução Mágica do Corpo (IV)
Nesse momento, os exercícios do primeiro grau já devem terse tornado
um hábito de vida. Os do segundo devem ser aprofundados a fortalecidos
conforme a disponibilidade de tempo a as possibilidades do aluno.
Devemos ter a capacidade de manter corretamente qualquer ascese que
nos propomos a praticar, sem nos debatermos com tentativas, ou sermos
dominados por elas.

Os exercícios do terceiro grau também devem ser aprofundados. Já
devemos dominar a postura do corpo a ponto de conseguirmos agüentar a
asana sem sentir o mínimo desconforto, nervosismo, tensão ou câimbras
da musculatura. A energia de irradiação deverá tornar-se mais forte,
profunda a expansiva, i.e., mais dinâmica, o que pode ser alcançado
através da imaginação, portanto da força de imaginação a da meditação
profunda. O mago deve aprender a usar a energia de irradiação na
prática, em qualquer ocasião e situação. Ele deve chegar ao ponto de
conseguir realizar imediatamente qualquer desejo colocado na sua
energia de irradiação. Assim ele poderá ajudar as pessoas em casos de
doença a acidentes, o que lhe trará muita satisfação.

Rituais a as Possibilidades de sua Aplicação Prática





Agora passaremos a um capítulo pouco conhecido, referente às posições
do corpo, gesticulações a posições dos dedos nos rituais em geral. O
princípio básico dos rituais consiste em confirmar uma idéia, um
pensamento através de uma expressão exterior, ou então o contrário,
evocar uma idéia ou um pensamento através de um gesto ou uma ação.
Esse preceito básico vale para toda a magia ritual. Com isso queremos
dizer que não é só toda a idéia (ou todo o ser) que pode ser expresso
através de uma ação exterior, mas eles também podem ser conectados a
uma tarefa específica. Aquilo que não possui ou não contém um nome
específico, um símbolo ou algum sinal externo, não tem significado.
É nessa tese primordial que se baseiam todos os processos ou rituais
mágicos, assim como todos os sistemas religiosos, que possuem desde
tempos primordiais, os seus procedimentos específicos de culto. A
diferença consiste somente no fato das massas sempre terem tido acesso
apenas a uma pequena parte disso, pois a maior parte desses
procedimentos era guardada em segredo a utilizada só por altos
sacerdotes a iniciados. Cada ritual tem um objetivo específico para a
pessoa a quem ele serve, sem levar em conta se é um feitiço tibetano ou
uma postura de dedos dos sacerdotes de Bali, em cultos orientais ou
rituais de maldição dos magos negros. A síntese é sempre a mesma. Nas
ações judiciais, quando a pessoa jura que está dizendo a verdade a só a
verdade, ela ergue a mão mostrando três dedos, o que também é
considerado um gesto mágico.



Do ponto de vista cristão, os dedos erguidos simbolizam a trindade
unificada. Cada uma das inúmeras sociedades secretas a seitas possui o
seu ritual próprio. As lojas maçônicas, por exemplo, estão relacionadas a
um determinado sinal, uma palavra e um toque. Do ponto de vista
histórico poderíamos ainda falar muita coisa sobre esse tema. Mas para a
magia e o desenvolvimento práticos, esse estudo seria totalmente inútil.
Para o verdadeiro mago, não faria muita diferença ler nos mais diversos
livros que o mago costuma desenhar um círculo mágico considerando-o
um símbolo da eternidade, da divindade a da intocabilidade, colocando
nele anjos a espíritos protetores; ou então como um lama desenha o seu
mandala, a coloca os Thatagatos em seus rituais como divindades de
proteção. O nosso mago não precisa dessas instruções estranhas porque
ele sabe que são só conexões de idéias a auxiliares da memória, ou do
espírito.
Nesse quarto grau o mago aprende a arte de criar os seus próprios
rituais, cultos, gestos, posições de dedos. Tudo isso depende só da sua
individualidade e capacidade de assimilação. Às vezes um mago consegue
muito mais com os rituais mais primitivos, do que um especulador
filosófico com os cultos mais complicados.

Nesses casos não se pode traçar uma diretriz exata; o aluno deve agir
intuitivamente a expressar cada idéia a pensamento, assim como aquilo
que ele quer ver concretizado, através de um gesto, uma posição dos
dedos ou um ritual que têm a ver com ele. Com certeza ele não expressará
um gesto de bênção com o punho cerrado, ameaçador. Conforme o local e
a situação em que se encontra, ele deverá compor o seu ritual individual e
discreto, que deverá ser utilizado em segredo quando não houver
ninguém observando.
Existem magos que praticam a sua magia ritual sem que ninguém
perceba, com movimentos dos dedos no bolso do paletó ou do casaco, até
mesmo com muita gente em volta deles. Eles usam os cinco dedos em
analogia aos elementos; o dedo indicador corresponde ao fogo, o polegar
à água, o dedo médio corresponde ao Akasha, o anular à terra e o mínimo
ao ar, sendo que a mão direita se refere aos elementos positivos e a
esquerda aos negativos. Esse pequeno exemplo deve ser suficiente para
um esclarecimento suscinto.

Você deve aprender também a atribuir sinais específicos às suas idéias.
Mas não fale sobre isso a ninguém, pois se outra pessoa usar o mesmo
sinal que o seu, para a mesma idéia, poderá enfraquecê-la através do
desvio de sua energia. Conecte a amarre aquele seu desejo pessoal, que
você quer ver realizado rapidamente, ao seu próprio ritual ou gesto, de
preferência às gesticulações dos dedos, a imagine que através desse gesto
o seu desejo logo se realizará, ou melhor, que ele já se realizou.
A lei da forma presente e imperativa também se aplica nesse caso. A
imaginação da concretização, em conjunto com o gesto ou o ritual devem,
no início, conter um sentimento intenso de segurança, certeza a confiança,
além de uma crença inabalável na sua realização efetiva.



Primeiro nós devemos utilizar ambos, tanto a imaginação quanto o ritual.
Mais tarde, quando nos ocuparmos só da imaginação do desejo a de sua
concretização, então, sem perceber a sem ter consciência do fato, seremos
induzidos a usar o ritual ou o gesto. Quando chegamos ao ponto de
automatizar o desejo na nossa imaginação, o processo se inverte; fazemos
o gesto ou realizamos o ritual, e a imaginação ou a sua energia
correspondente automaticamente libera o seu efeito. Esse é o objetivo em
si do ritual ou da gesticulação, do posicionamento do corpo ou dos dedos.
Quando o ritual com a imaginação torna-se automático, basta realizar o
ritual para se obter o efeito ou a influência desejados. Podemos fazer uma
comparação aproximada com uma bateria carregada, na qual basta fazer
o contacto correto para se obter a corrente elétrica necessária, a qualquer
hora. Repetindo-se constantemente a imaginação com o gesto ou ritual
escolhido formase um reservatório de energia na esfera das coisas
primordiais do princípio do Akasha, que assimila a vibração necessária
(fluido eletro-magnético), cor, som a outras analogias correspondentes ao
desejo ou objetivo. Podemos dizer, com razão, que são até porçõezinhas
de sangue, em sua natureza. Quando esse reservatório de energia é
carregado através da repetição freqüente, o ritual atua no sentido de
descarregar uma parte do reservatório a promover o efeito necessário.
Por isso é que aconselhamos o mago a não falar com ninguém sobre isso
senão uma outra pessoa poderia, sem esforço, extrair a energia
acumulada através do mesmo ritual e obter o mesmo efeito, tudo isso às
custas do seu autor original.


Existem sociedades secretas que deixam os seus iniciantes realizarem
rituais com os quais esses reservatórios de energia são carregados
automaticamente. Os iniciados mais graduados têm então um meio fácil
de repor o seu próprio reservatório, podendo então trabalhar com ele sem
esforço. Mas à medida em que o aluno progride, conseguindo abastecer-se
sozinho nesse reservatório, então lhe é aconselhado que use o ritual o
menos possível.


Muitas pessoas se lembrarão que os movimentos a partidos políticos
promovem uma ação mágica indireta em seu gesto de saudação,
conduzindo pequenas porções adicionais de energia vital dinâmica ao
reservatório geral, através da repetição constante. Por exemplo, no
partido nacional-socialista alemão (partido nazista), a mão erguida que
acompanhava a saudação era uma espécie de gesto de poder.
Mas quando um reservatório coletivo de energia que se torna tão
poderoso é usado para fins maléficos a gananciosos, essa energia
espiritual volta-se contra seus criadores (por causa da polaridade) a
provoca a destruição e o aniquilamento. Apesar disso, as pragas rogadas
pelos inúmeros presos, em parte inocentes condenados à morte ou
sacrificados nos campos de batalha, acabam provocando uma polaridade
contrária que também contribui para uma decomposição desse
reservatório de energia negativa.


A mesma lei, na mesma medida, vale para os outros tipos de culto, seja
em religiões, seitas ou sociedades secretas. As curas miraculosas em locais
de peregrinação possuem o mesmo fundamento. O crente, através de sua
grande fé a confiança inabaláveis no retrato ou na imagem do santo, atrai
para si a energia espiritual extraída do princípio do Akasha a represada
ali pelos fiéis ao rezarem, promovendo assim a cura miraculosa.
O mago correto sempre encontra a única verdadeira explicação para
esses a outros fenômenos, baseando-se nas leis universais. Se ele quisesse,
em função do seu conhecimento dessas leis, principalmente das leis da
polaridade, ele poderia atrair para si essa energia do reservatório
correspondente a com ela realizar essas curas ou supostos "milagres".
Mas o mago que possui um elevado senso de ética consideraria esse
procedimento uma malversação a por isso jamais se utilizaria dele, pois
afinal ele dispõe de outras possibilidades. Esse é só um comentário
marginal; em seguida retornaremos ao assunto dos rituais.
Como já foi mencionado, toda idéia, desejo a imaginação podem ser
concretizados através de um ritual, sem levar em conta o plano a ser
considerado, o material denso, o astral ou o espiritual. O momento de
qualquer concretização depende em primeiro lugar da maturidade
espiritual, a em segundo lugar do empenho na execução do ritual.
O mago deve escolher aqueles rituais que ele poderá utilizar durante toda
a sua vida, tomando como base os rituais de caráter universal. Quanto
menos desejos ele tiver tanto mais rápido será o seu progresso. Enquanto
os primeiros rituais escolhidos não surtirem o efeito desejado, não se deve
adotar outros. No início será suficiente um único ritual, ou no máximo
três. Ao chegar a esse grau de evolução, o mago já terá aprendido a
manter a medida correta, e também a saber quanto conseguirá carregar.











Resumo de todos os exercícios do grau IV

I. INSTRUÇÃO MÁGICA DO ESPÍRITO:
Transposição da consciência para o exterior:
a) em objetos.
b) em animais.
c) em pessoas.

II. INSTRUÇÃO MÁGICA DA ALMA:
1. Represamento dos elementos:
a) em todo o corpo.
b) nas diversas partes do corpo com a ajuda de dois métodos.
2. Promoção da harmonia dos elementos nas respectivas regiões do corpo:
a) fogo - cabeça.
b) ar - tórax.
c) água - estômago.
d) terra - cóccix, genitais, pés.

III. INSTRUÇÃO MÁGICA DO CORPO:
Rituais e a possibilidade de sua aplicação prática:
Gesticulação (gestos).
Posições do corpo.
Posições dos dedos.
Fim do quarto grau

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