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Lúcifer,Deuses e Rituais

Da Natureza dos Rituais
O estudioso da Grande Arte já foi informado sobre os dois tipos de pactos existentes e agora descobrirá que lendo este pequeno tratado, escrito por mim, será capaz de distinguir um tipo do outro; saiba porém que existem diversos tipos de espíritos aqueles que se comprometem com o operador e aqueles que não, sive minimè {isso se se importarem em se tornar manifestos}. Aqueles que se mostram agradáveis e comprometidos são os que recebem, quando o pacto é realizado, algum objeto pessoal do operador e por este motivo você deve sempre estar em guarda e preparado: quia amicus fiet capitalis fiet inimicus.
Da Natureza dos Deuses
Com relação aos Espíritos leia com atenção e aprenda. Alguns são Superiores, outros inferiores. Os superiores respondem ao título de Imperadores em comando. São, a saber, Lúcifer, Belzebu e Astaroth. TRES SPIRITUS OMNIA POSSUNT. {Os três espíritos que a todos os outros controlam} Os espíritos inferiores que obedecem a Lúcifer habitam a Europa e a Ásia. Belzebu habita a Africa e é lá que exerce sua autoridade. Astaroth habita as américas. Cada um destes possui dois oficiais chefes que se encarregam de comandar a todos os espíritos subalternos, repassando os assuntos de seus superiores e se certificando de que seja realizado nos quatro cantos do mundo tudo aquilo que seus Imperadores decidam deliberar: "et viceversa iubent quae sunt facienda"

Da Natureza da Forma dos Deuses, Quando Estes Se Fazem Visíveis ao Operador
Nem sempre os Espíritos se manifestam com uma mesma aparência, à excessão de quando se formam utilizando uma matéria secreta - ab omini materia {se formando de todos os elementos}; por este motivo é imperativo que eles façam o empréstimo de um corpo para que possam se manifestar para aquele que os chama. Assim, não é surpresa para nós que eles assumam a forma ou surjam na figura que mais lhes agradar.
Caveas tamen ne'parescant {mesmo assim deves cuidar para não ser aterroziado por eles}, Lúcifer surge sub forma et figura pulcherrima pueri. Quando irascitur, rubicundus apparet {sob a forma e figura de um lindo menino. Quando irado ele surge rubro}, apesar disso não existe nada de assustador em sua figura.
Belzebu, às vezes, surge sob formas monstruosas, como um bezerro monstruoso ou um bode com uma longa cauda, at tamen saepissimè apparet sub figura muscae {embora apareça com maior frequência sob a forma de uma mosca} de tamanho e grandiosidade extremos, quando irascitur vomit flumidas et hurle sicut lupus {quando irado, vomita fogo e uiva como um lobo}.
Astaroth apparet colore nigro et candido sub figura humana saepissimè et aliquando sub figura asini. {Astaroth se apresenta na forma de uma pessoa negra e gentil; ocasionalmente pode surgir também sob a forma de um asno}
Vede agora os três caracteres de Lúcifer, abaixo de seu pentáculo.


Aqueles que se seguem são os de Belzebu, abaixo de seu próprio pentáculo, e Astaroth.




São estes símbolos e pentáculos que devem ser utilizados sempre que o operador desejar estabelecer contato com eles.
Da Arte de Evocar os Deuses
Quando desejar chamar algum dos espíritos mencionados à sua presença basta chamá-lo usando os caracteres revelados a nós por eles mesmos. Quando desejar obter algo dos espíritos evoque-os da maneira que será ensinada no terceiro livro, aliter frustra laborares (de outra forma seu trabalho será realizado em vão). 




Lúcifer e a Demonologia


Na demonologia podemos encontrar Lúcifer ocupando diversas posições, variando de autor para autor. Alguns o associam com Satã, porém geralmente há uma distinção entre ambos, cada um possuindo seu respectivo cargo na hierarquia infernal. 
Segundo o Demonographia de Collin De Plancy, Lúcifer, o 42° demônio listado, é um amante da justiça e o responsável por assegurá-la no inferno. Satã não figura entre os sessenta e nove demônios apresentados nesta obra, mas é citado como sendo inferior a Lúcifer, o que mostra a existência distinta de ambos, pertencendo ao último o título de Rei do Inferno. Ele governa o leste e rege sobre a Europa e a Ásia, devendo ser o primeiro a ser evocado nas litanias do Sabá. 






Sua descrição é de uma bela criança, que, mesmo mudando drasticamente sua fisionomia quando enfurecido, não adquire traços monstruosos. Segunda-feira é o dia para ser realizada sua evocação.
No Grimorium Verum (a versão mais antiga encontrada data de 1517), encontramos Lúcifer, Belzebuth e Astaroth como sendo os três poderes. Lúcifer possui a aparência de um belo rapaz. Porém, quando nervoso, muda sua cor para vermelho. Assim como no Dictionaire Infernale de Plancy, Lúcifer rege a Europa e a Ásia através da ação de seus subalternos: Satanackia e Agalierap. A conjuração deve ser realizada também em um círculo específico, contendo os três sinais de Lúcifer desenhados ao seu redor. No quarto livro deste grimório encontramos a seguinte conjuração para Lúcifer: "Lúcifer, Ouyar, Chameron, Aliseon, Mandousin, Premy, Oriet, Naydrus, Esmony, Eparinesont, Estiot, Dumosson, Danochar, Casmiel, Hayras, Fabelleronthou, Sodirno, Peatham, Venite, Lúcifer. Amém."
Johan Weyer, no Pseudomonarchia Daemonum, não descreve Lúcifer entre seus 68 demônios, mas cita-o ao mencionar Paimon, que é mais obediente sob seu comando: “Lucifer hic intelligendus, qui inprofunditate scientiæ suæ demersus, Deo assimilari voluit” (Lúcifer aqui é para ser entendido como aquele que imergiu nas profundezas de seu conhecimento; ele necessitava ser como Deus). 
O Grimório de Papa Honório, o Grande, foi escrito no século 16, embora muitos considerem esta data fraudulenta, devido a sua primeira versão impressa ser datada do século 17. Neste grimório, Lúcifer é apresentado como um dos principais espíritos infernais, sendo considerado o Imperador Infernal. 
Novamente nesta obra Satã não é mencionado. Aqui também Lúcifer deve ser conjurado na segunda-feira, entre a terceira e quarta hora, ou entre as onze e doze horas. O sacrifício de um rato é necessário, segundo este grimório, para que a conjuração tenha sucesso.
Na Magia Sagrada de Abramelin, ele é um dos Espíritos Chefes juntamente com Leviathan, Satã e Belial. Embora o termo Lucifuge seja empregado às vezes para designar Lúcifer, isto deve ser evitado, pois em outras hierarquias como, por exemplo, a do Grimório do Papa Honório (já citado
anteriormente), Lucifuge Rofocale é o nome atribuído ao Primeiro ministro do Inferno.




Muitas outras obras poderiam estar aqui, mas creio ter mencionado as mais significativas. As descrições foram feitas brevemente, sendo recomendado ao leitor interessado que consulte diretamente as respectivas obras para obter mais informações. Não as coloquei aqui pois ficaria muito extenso e sairia do meu propósito inicial.
É importante conhecer estas informações para se conhecer a origem de muitas associações utilizadas por nós mais recentemente. Um exemplo é a associação de Lúcifer com o Leste, que pudemos ver acima, e que também está presente na concepção da Hierarquia dos Reinos de Fausto. Uma análise mais minuciosa destes escritos e da simbologia utilizada no Satanismo será de grande valia ao estudioso do ocultismo, e é por isso aqui muito recomendado.

Um comentário:

  1. Oh! Sempre! Bendita Quimbanda (Kimbanda)! Sempre! Diabo Maioral da Quimbanda (Kimbanda)! Sempre! Sua Majestade, Exú Rei! Sempre! Todas Benditas Quimbandas (Kimbandas)! Sempre! Todos os Seus Benditos 7 Reinos (e de cada Bendito Reino, Seus Benditos 9 Povos)! Sempre! Todos Benditos Exús Maioral (Rei Lúcifer), Exú Mor (Belzebu), Exú Rei das Sete Encruzilhadas (Astaroth), Exú Tiriri (Fleruty), Exú Caveira (Sergulath), Exú Meia-Noite Hael), Exú Veludo (Sagathana), Exú Gira-Mundo (Segal), Exú Capa-Preta (Musifin), Exú Rei da Mata (Bael), Exú dos Rios (Nesbiros), Exú Rei Calunga Pequena (Asmodeus), Exú Mangueira (Agalieraps), Exú Marabô (Satanakia)! Sempre! E E Todos Outros Benditos Exús! Sempre! Laroiê! Sempre! Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, por tudo de bom, a mim, por tudo, Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! E, por todos os males, por tudo, Sempre contra (e Nunca a favor), a todos os meus inimigos (declarados e/ou não, e sem exceções, mesmo)! Sempre (Sempre, Sempre)! Mesmo (Mesmo, Mesmo)! Tomara (Tomara, Tomara)! Eternas, Infinitas Vezes!!!

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Mundos Ocultos Por Allenozth