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Introndução à Alquimia








Alquimia é uma prática antiga que combina elementos da Química, Antropologia, Astrologia, Magia, Filosofia, Metalurgia, Matemática, Misticismo e Religião. Existem quatro objetivos principais na sua prática. Um deles seria a transmutação dos metais inferiores ao ouro; o outro a obtenção do Elixir da Longa Vida, um remédio que curaria todas as coisas e daria vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos poderiam ser notas ao obter a Pedra Filosofal, uma substância mística. O terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculi. O quarto objetivo era fazer com que a realeza conseguisse enriquecer mais rapidamente (este último talvez unicamente para assegurar a sua existência, não sendo um objetivo filosófico). É reconhecido que, apesar de não ter caráter científico, a Alquimia foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela Química. A Alquimia foi praticada na Mesopotâmia, Egito Antigo, Mundo Islâmico, América Latina Pré-Histórica, Egito, Coreia, China, Grécia Clássica, Kiev e Europa, e mesmo entre os Aborígenes.




A ciência: O conhecimento científico sistematizado é uma conquista recente da humanidade: tem apenas 300 anos e surgiu com a revolução galileana. Isto não significa que não existia um saber rigoroso antes desta data pois já na Grécia Antiga, era desejado separar o mito do saber comum. Sócrates preocupava-se com a definição dos conceitos para atingir a essência das coisas. Já Platão indicava que o conhecimento do sábio deveria partir da doxa (opinião) até à episteme (ciência). Mas a ciência grega ainda se encontrava vinculada à filosofia, da qual só se separa quando procura seu próprio método, o que vai ocorrer apenas na idade moderna. A ciência moderna nasce com a determinação de um objeto específico de estudo e de um método para realizar este estudo. O saber comum difere-se do saber científico pelo seu nível de abstração. O saber científico é mais amplo, permitindo que se chegue a uma generalização de um determinado fenômeno. Os dados obtidos pelo saber científico são passíveis de relacionamento, de forma que a interpretação dos mesmos torna-se mais completa e esclarecedora. A objetividade é um dos itens que caracterizam a ciência. Assim, as interpretações feitas cientificamente devem ser possíveis de serem verificadas por qualquer outro cientista, em qualquer outro lugar do mundo, livrando-se deste modo, o papel emotivo que pode dar um caráter subjetivo à algum fenômeno. Para tornar a ciência objetiva e precisa, foi necessária a criação de uma linguagem rigorosa onde são evitadas as ambigüidades e a utilização da matemática começou a aparecer na transformação das qualidades em quantidades. A “matematização” iniciou-se com Galileu ao estabelecer uma relação entre espaço e tempo em sua “lei da queda de corpos”. A observação e a experimentação começam a ser fundamentos da ciência moderna. O uso de instrumentos e seu aperfeiçoamento mostrou a necessidade da realização de medidas, o que está intimamente ligado à matematização referida acima. Mesmo com todas estas características que tornam a ciência rigorosa, seu conhecimento não é infalível já que envolve modelos que se aproximam da realidade mas que podem ser abandonados ou melhorados. A forma de tratar a realidade pela ciência permite a previsibilidade de um determinado fenômeno, aumentando assim um maior poder na transformação da natureza pelo homem. Isto, por sua vez, impulsiona o desenvolvimento tecnológico que pode representar uma ajuda ou obstáculo para o próprio homem. De qualquer modo, não é possível um trabalho científico que procura o “saber pelo saber”, o cientista tem um dever social que não pode ser abdicado, ou estaria sendo um negligente com a própria humanidade.




A ideia da transformação de metais em ouro, acredita-se estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência. A pedra seria a mente "ignorante" que é transformada em "ouro", ou seja, sabedoria. Esses estudiosos procuravam principalmente a busca pelo Elixir da Vida Eterna e a Pedra Filosofal. Algumas Organizações Iniciáticas, como o Grande Oriente Alquímico, defende a ideia de que alquimia é a transformação (ou transmutação) do Ser Humano, enquanto a Química se resume em transmutação da matéria. Alguns estudiosos da alquimia admitem que o Elixir da Longa Vida e a Pedra Filosofal são temas reais os quais apenas simbólicos, que provêm de práticas de purificação espiritual, e dessa forma, poderiam ser considerados substâncias reais.

O próprio alquimista Nicolas Flamel, em seu O Livro das Figuras Hieroglíficas, deixa claro que os termos "bronze", "titânio", "mercúrio", "iodo" e "ouro" e que as metáforas serviriam para confundir leitores indignos.

Há pesquisadores que identificam o Elixir da Longa Vida como um metal produzido pelo próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar indefinidamente a vida sagrada assim que conseguissem realizar a chamada "Grande Obra de todos os Tempos", tornando-se desta forma verdadeiros alquimistas. Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição do Tai Chi Chuan.



Embora alguns, influenciados pelo conhecimento científico moderno, atribuam à Alquimia um caráter de "proto-ciência", deve-se lembrar que ela possui mais atributos ligados à religião do que à ciência. Parte desta confusão de tratar a Alquimia como proto-ciência é consequência da importância que, nos dias de hoje, se dá à Alquimia física (que manipulava substâncias químicas para obter novas substâncias), particularmente como precursora da Química. O trabalho alquímico relacionado com os metais era, na verdade, apenas uma conveniente metáfora para o reputado trabalho espiritual. Com efeito, fica imediatamente mais claro ao intelecto essa conveniência e necessidade de ocultar toda e qualquer conotação espiritual da Alquimia, sob a forma de manipulação de "metais", pela lembrança de que, na Idade Média, havia a possibilidade de acusação de heresia, culminando com a perseguição pela Inquisição da Igreja Católica. Como ciência oculta, a alquimia reveste-se de um aspecto desconhecido, oculto e místico. A própria transmutação dos metais é um exemplo deste aspecto místico da Alquimia. Para o alquimista, o universo todo tendia a um estado de perfeição. Como, tradicionalmente, o ouro era considerado o metal mais nobre, ele representava esta perfeição. Assim, a transmutação dos metais inferiores em ouro representa o desejo do alquimista de auxiliar a natureza em sua obra, levando-a a um estado de maior perfeição. A alquimia vem se desenvolvendo nos tempos modernos. Portanto, a alquimia é uma arte filosófica, que busca ver o universo de uma outra forma, encontrando nele seu aspecto espiritual e superior.





A alquimia representou uma exceção à tradição medieval, pois apesar de suas interpretações ainda serem influenciadas pelo misticismo, introduziu a valorização das práticas manuais e da observação, tão desdenhadas na Idade Média. O legado da alquimia pode ser notado quando a química adquire contornos de ciência moderna e objetiva. As operações experimentais realizadas pelos alquimistas juntamente com os materiais utilizados foram mantidas não importando mais a forma subjetiva de interpretar os fenômenos.

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Mundos Ocultos Por Allenozth