Gnose Satânica
Na discussão do papel de Lúcifer não podemos esquecer sobre sua função na tradição Ocidental de magia
negra e Satanismo. Os Grimórios que apareceram através dos últimos séculos associaram‐no com muitos
atributos e qualidades. No Grimorium Verum Lúcifer é um dos três principais governantes do mundo, os outros
dois sendo Beelzebub e Astaroth. Ele governa Europa e Ásia, juntamente com dois demônios servos: Satanachia e
Agalierap. Neste grimório ele é descrito como um belo jovem que se torna ruborizado quando irritado ou furioso.
De acordo com o Dictionnaire Infernal de Collin de Plancy, Lúcifer é o rei do Inferno. Ele tem a face de
uma bela criança, a qual muda para uma monstruosa e inflamada quando ele está com raiva. No Grimório de
Honório III do século XVI ele também é o Imperador Infernal. Os textos contêm os conselhos para convocá‐lo nas
segundas‐feiras, entre as três e quatro horas ou entre onze e doze. O operador tem que sacrificar um rato em um
ritual, caso contrário a operação falhará.
Em outros textos ele algumas vezes é identificado com Satã ou superior a ele na hierarquia infernal. Ele
também é identificado com Lucifuge Rofocale, que, todavia, é uma atribuição incorreta porque “Lúcifer” significa
“O Portador da Luz”, enquanto “Lucifuge” é “aquele que foge da luz”, e estas duas figuras são personagens
completamente diferentes na demonologia. Em textos de bruxaria podemos encontrar relatos de que Lúcifer
freqüentemente acompanha bruxas em seus vôos para o Sabá. Às vezes, ele as puxa para fora de suas vassouras e
lhes dá uma “carona” em seus ombros. Ali Lúcifer é descrito como uma figura cinzenta com braços azuis e culotes
vermelhos decorados com fitas.
Na demonologia tradicional Lúcifer governa o elemento do ar e a direção leste, junto com três outros reis
infernais que presidem sobre os outros elementos e direções: Leviathan (água, oeste), Belial (terra, norte), e Satã
(fogo, sul). Na Tradição Faustiana ele é o chefe governante do Inferno. É com ele que Fausto realiza o pacto,
enquanto Mephistopheles é o mediador e o executor de suas ordens.
Conclusão
Acredita‐se que Lúcifer é o personagem principal no poema épico de John Milton “Paraíso Perdido”,
embora no texto ele seja chamado Satã. Mas a palavra “Satã” significa “Adversário”, “o Acusador”, “o Opositor”.
E o Satã de Milton é o oponente de deus de fato. Entretanto, sua imagem está longe de ser o estereótipo de um
sombrio e astuto demônio, como ele é descrito pela tradição cristã contemporânea. Em vez disso ele é o anjo que
traz luz, que ousa desafiar deus e deixar o paraíso a fim de criar seu próprio reino no abismo de escuridão. Ao
mesmo tempo, porém, ele não perde sua beleza, esplendor ou orgulho. Ele é o Adversário, o rebelde que rejeita a
obediência a deus, o governante orgulhoso e o príncipe da escuridão. Ele representa o princípio da “negação”, tão
essencial na continuidade da existência do mundo e da harmonia cósmica.
No Caminho da Mão Esquerda ele incorpora a busca da própria divindade – ele não está satisfeito com o
espaço e com a função que deus lhe atribuiu. Através de sua queda ele torna‐se o emblema da força e vontade
livre que provam que o indivíduo pode existir sem deus e luz divina, e que o indivíduo pode tornar‐se seu próprio
criador e formar o próprio mundo nas profundezas do abismo, onde está o infinito potencial de criação. Lúcifer
inspira aqueles cuja força é suficiente para seguir seus passos e percorrer o Caminho da Mão Esquerda; aqueles
que, como ele, acreditam que “É melhor reinar no Inferno do que servir no Paraíso”.
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Eterna, Infinitamente, Agradecido, Grato (Mesmo), de coração, a Todos os Benditos Exús (Pagãos, Aprendizes, de Leis, de Trabalhos, Castiços, Espadados, Cruzados, Batizados, Guardiões, Cósmicos, Coroados), que me ajudaram e/ou me ajudam! Sempre! Por tudo de bom, a mim, por tudo, Sempre a meu favor (e Jamais contra mim)! E, por todos os males, por tudo, Sempre contra (e Nunca a favor), a todos os meus inimigos (declarados e/ou não, sem exceções, mesmo)! Sempre! Laroiê! Sempre! Malê! Sempre! Eterna, Infinitamente! Mesmo (Mesmo, Mesmo)! Sempre (Sempre, Sempre)! Infinitas e Eternas Vezes! Axé, Axé, muito Axé!!!
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